Tenho dois shows históricos para assistir nos proximos 60 dias, falta pouco para ver o Ozzy em Porto Alegre e um pouquinho mais para ver o Motorhead em Floripa, mas confesso que alguma coisa tem focado minha ansiedade pendendo mais para o lado de um do que para o outro, minha ansia tem se concentrado na expectativa de ver o Motorhead acima de tudo, mesmo tendo sido o Ozzy um dos motivos de eu ter me transformado no roqueiro que sou, afinal "Blizzard of Ozz" pode se dizer que foi um dos primeiros albunsde rock que me contagiou na vida.
Ter descoberto o primeiro disco solo do madman na minha infancia me fez encontrar tudo o que ele havia feito no passado com o "Black Sabbath" e desde então isso nunca mais saiu da minha genética, o Sabbath tinha muito material e me fez idolatrar também o "Dio", o "Gillan" e consequentemente o "Deep Purple" .
O "Motorhead" veio pouco tempo depois de ter colocado os ouvido em Ozzy, e guardo o vinil do "Blizzard" até hoje, 28 anos depois, na época eu não conhecia o Motor, era o período classico das descobertas de bandas de heavy metal, era um tempo magico e fascinante, andava de bike na rua o tempo todo, na época com 14 anos e era um entusiasta do bicicross e foi numa competição que um primo apareceu com o "Overkill" e colocou pra rodar como trilha na pista.
Foi marcante para mim, aquela capa, aquele som, o mix de punk e metal, aquela voz, aquela energia toda explodindo enquanto deliravamos entre rampas e paredões, e assim minha genética absorvia mais uma novidade que ficaria para sempre.
28 anos se passaram desde aqueles tempos, e as duas personalidades, Ozzy e Lemmy, ainda continuam como ídolos sagrados para mim e eis que finalmente tenho a primeira oportunidade de ve-los na vida.
Mas confesso, mesmo que me crucifiquem, que Ozzy desgastou-se muito nos últimos tempos e mesmo que eu tente lutar contra, não consigo esconder que estou fissuradaço para ver o Motorhead muito mais do que ver ele.
Quando os "Osbournes' estrearam foi divertido, era uma chance muito rara ver um ídolo do metal em sua vida no dia a dia, não perdia um capítulo, esperava cada programa ansiosamente, mas a partir daquele momento Ozzy começou a ganhar status de celebridade Hollywoodiana e desencadeou uma série de equívocos, expos a familia com intenções ambiciosas, cada um deles passou a constar em qualquer coluna de fofocas, cada escandalo tornava-se publicidade e o figura passou a ter cara de franquia blockbuster, gravar "Changes" junto com Kelly foi a gota d'agua, afinal aquilo para mim tratava-se de uma blasfemia e os cifrões pareciam ser um motivo muito maior do que o respeito pela propria música.
Bom ,ae veio a tal reunião do "Sabbath" com "Ozzy", lógico que não havia momento mais promissor para aquela reunião e foi lindo de ver, é lógico, mas então mais equívocos vieram, Sharon enclausurou os membros do Sabbath em um contrato que os impedia de usar o nome da banda sem que fosse unicamente com Ozzy presente e havia toda aquela esperança de um novo disco da banda junto com ele que nunca se realizou e nunca se realizará.
O "Sabbath" liderado por Iommy teve de se reinventar e seguir seu caminho unindo a formação classica da época de "Dio" sob a alcunha de "Heaven and Hell" e como se não bastasse Sharon e Ozzy começaram a implicar com o guitarrista, que vinha levando o Sabbath nas costas por todos aqueles anos desde que Ozzy havia saído fora da banda no final dos anos 70, acionando um processo judicial para tirar a marca do Sabbath de suas mãos, mas porque não fizeram isso antes?
O peso medido a ouro do nome de "Ozzy" ainda cometeu a palhaçada de regravar os dois classicos primeiros albuns tirando das gravações a batera e o baixo originais por questões de auto controle absoluto sobre tudo e qualquer centavo que pudesse cair nas contas bancarias da familia Osbourne.
Certo, Ozzy lançou discos legais,legaizinhos, mas para mim esse ranço riscou muito o brilho do cara, afinal, só pra ilustrar essa bobeira em fatos recentes ele foi á mídia para criticar a exposição demasiada de Lady Gaga enquanto que ao mesmo tempo aparece ao lado de Justin Bieber e eu me pergunto: Ozzy o que voce tem feito nos ultimos anos á não ser se expor na mídia acima de tudo?
Isso sem contar que não foi muito legal da parte deles a atitude que tomaram com relação a Zakk Wylde e Rob Zombie, quem sabe sabe o que rolou, nem vou me estender, mas vou ver o cara, e quem sabe no palco ele renasce tudo o que eu nutria emocionalmente por ele e o resto caia por terra.
Mas o Motorhead, o que o Motorhead fez que comprometesse um centimetro em sua imagem e atitude ao longo destes anos?
Lemmy não mudou um traço, manteve sua imagem imaculada, dirige sua carreira com sabedoria, nunca se rendeu á tendencias, nunca armou os cabelos ou usou roupas espalhafatosas quando a moda dizia para ser assim, pelo contrario, ele continuou a ser cada vez mais Motorhead do que nunca.
E é inacreditável como depois de tantos anos e mais de 20 albuns lançados eles conseguem se superar musicalmente a cada novo albúm lançado, basta ouvir, no mínimo, os últimos 4 discos lançados para voce ter uma idéia do quanto eles estão matadores.
Lemmy não está em uma mansão quase estilo rapper em Beverly Hills, mora em um apartamento de um quarto entulhado de cacarecos em Sunset strip e ainda continua passando os momentos livres bebendo coca com jack daniel's no Rainbow's bar, só tem uma palavra que defina Lemmy: rocker total.
Acho que essa diferença no modo como cada um conduziu as atitudes de suas vidas acabou me fazendo perceber que o Motorhead venceu a disputa entre qual desses dois é realmente mais relevante para mim, se eu tenho de escolher eu escolho o Motorhead para sempre, se eu fizesse um exame de sangue que hoje detectasse qual figura está mais presente no meu sangue, eu não teria duvidas de qual seria o resultado.
1 comentários:
A motivação deles define tudo, Ozzy faz por dinheiro e Lemmy faz por amor a música.
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