terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

LESTER BANGS E OS SOBREVIVENTES DA GERAÇÃO, O QUE ELE PENSARIA?





Se vivo, o que Lester Bangs diria do atual panorama do Guns n’roses?
Conhecido por defender o rock em seu estado mais bruto e visceral, Lester quando quis foi honesto e impiedoso ao disparar sua ferocidade até mesmo contra seus próprios ídolos por não aceitar transformações que em sua visão os afastavam da essência que fez com que eles fossem dignos de sua reverencia.
Não sei e nunca saberei o que ele pensaria a respeito da explosão do Guns e sua época dourada , mas certamente se ele pudesse escolher um momento entre a fase áurea e a atual , com certeza ficaria com o que representava a banda em seu estado mais brutal e selvagem, a novidade e o frescor de algo que ali rompia barreiras ,um mito transgressor e delinqüente , mesmo que logo em seguida essa transgressão acabasse envolta em toda pompa que ele tanto detestava no rock , as garras da industria que ao seu ver matou a pureza da musica que ele mais admirava ,o sentido de uma obra de arte maldita mas irresistível e impacto irreversivel.
Hoje Axl ainda está ali vestido em seu manto de excentricidade e as pessoas que lotaram os shows da turnê na américa latina também estavam lá , mas será que estavam lá pelo que o Guns é hoje?
Pensando como Lester eu diria que todos que estavam diante de Axl e sua nova banda vibrando com clássicos que moldaram uma geração , ali se encontravam porque o rock está morto.
Antes de me crucificarem deixem que eu possa explicar meu pensamento, afinal em bem pouco tempo tivemos antológicas apresentações de Ozzy, Acdc, Metallica , Iron, Motorhead... o que gera certa incoerencia em minha tese , mas uma coisa é certa, todos nós estávamos lá pelo que eles passaram a representar um dia em nossas vidas e a partir dali eternamente.
Temos nestes grandes expoentes do rock algo a nos apegar com unhas e dentes , por fazerem parte de todo nosso insconsciente popular, se fossemos como Lester, na época de Lester, teriamos razões de sobra para nos dividir em inúmeras opções a criticas , sua época pariu todas as vertentes divisórias do rock , do beat a psicodelia ,do hard ao folk rock , da chegada da musica pesada a new wave of british heavy metal, o punk ,o new wave, o progressivo , o glam rock e consequentemente todas as cagadas que um dia muitos destes artistas cometeram.
Mas ,afinal , porque dar a cara a tapa ao concordar com a opinião de Lester de que o rock está morto?
Porque , assim como ele, concordo com o fato de que a industria o matou , afinal, que chances temos de ver a historia de alguma destas bandas acontecer novamente com o impacto que tiveram ,que chance há ?
Para nós se tornou irrelevante apontar falhas , formas físicas caóticas, não ver as bandas em seu estado original , suportar atrasos dantescos, chiliques, hipocrisia, grana , caça níquel , ou seja lá o que for que possamos desconfiar não estar certo ,isso pouco nos importa quando há a chance de vermos algo que ainda carregue algum sentido da palavra rock em si mesmo ,é a celebração da memória .
Talvez Lester estivesse em algum porão assistindo a algo transgressor se ainda fosse vivo , mas transgressor a que?
Tudo o que há , por mais radical e indiferente que possa ser carrega o DNA de alguém ,portanto Lester também acabaria se contradizendo se estivesse em nossos dias.
Para finalizar, termino dizendo que não sou e nem chego perto de ser como Lester Bangs e sendo o que sou vou criar aqui minha nova tese , o rock sempre estará vivo em nossa memória enquanto mantivermos vivo o culto em sua homenagem e que tudo se pareça realmente como uma grande, imbatível e emocionante religião.

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